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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

punto 2013


Punto perde a discrição para encarar novos rivais

Fiat reestiliza hatch e melhora seu interior, mas mantém a dispensável versão 1.4 de entrada

Ricardo Meier | 23/7/2012 12:01
Divulgação
Fiat Punto Essence 1.6 16V 2013
1 / 14

FIAT PUNTO 2013ESSENCE 1.6 16V FLEX 4P MANUAL

DADOS TÉCNICOS
Preço
R$ 41.750
Capacidade
5 passageiros
Velocidade máxima
181 km/h
0 a 100 km/h
10,5 s
Consumo urbano
0 km/l
Potência
115 cv
Torque
16,2 kgfm
Porta-malas
280 litros
Veja ficha técnica completa
Não faz nem tanto tempo que a Fiat mundial andava mal das pernas. Sem produtos interessantes e afundada em dívidas, a montadora buscava uma forma de reagir. A solução veio a bordo do Grande Punto, como foi batizado a geração do hatch em 2005, ano em que foi lançado.
Maior que seu antecessor de mesmo nome – e que lá manteve-se em produção -, o Grande Punto estreava uma nova linguagem visual inspirada na luxuosa Maserati e que consistia num desenho limpo, com grandes faróis de parábola única e uma grade que tomava grande parte da frente e era cortada por uma “faixa” onde se encaixava a placa. A frente bicuda também era outro diferencial nas ruas.
O modelo teve sucesso imediato e deu à marca italiana um caminho para sair do vermelho. Pouco tempo depois, surgiria onovo 500, subcompacto que confirmava o renascimento da Fiat.
O Grande Punto não demorou a chegar ao Brasil. Em agosto de 2007, a Fiat lançou o hatch no país com o nome “Punto” apenas e ajustado para brigar com o Polo, da VW, o primeiro dos hatches compactos premium, e o C3, da Citroën. Entre altos e baixos, o modelo acabou se firmando como seu mais bem sucedido veículo “não-popular”, com médias mensais de 3 mil carros vendidos.
E agora, cinco anos depois, o Punto ganhou sua primeira reestilização, motivada pela chegada de novos e mais atraentes concorrentes como o New Fiesta e o Chevrolet Sonic, entre outras novidades que estão a caminho.
Seguindo os traços do Punto Evo, reestilização adotada na Europa em 2010, mas também com elementos introduzidos no exterior no ano passado – como o “bigodinho” cromado à frente do capô do carro -, a Fiat brasileira tirou toda discrição do desenho anterior ao criar uma frente bojuda e cheia detalhes, o mais chamativo deles, o para-choque protubente na cor grafite que acomoda os novos faróis de neblina. Além disso, os faróis (os mesmos da outra versão) passaram a trazer uma máscara negra para perder qualquer ligação com o layout anterior. A traseira teve mudança mais contida, apenas um novo para-choque redesenhado e com um plástico também grafite destacado.
De defeito à virtude
O interior, esse sim, evoluiu de maneira significativa. Um novo painel com elementos mais sofisticados e destacados foi criado, assim como o desenho interno das portas, de certa maneira, inspirados no irmão maior, Bravo.
Não que o painel antigo fosse ruim. Pelo contrário, as linhas eram equilibradas e o Punto, na época, foi o primeiro modelo no Brasil a usar o acabamento “Black piano” no console central, com superfície lisa na cor preta. Hoje o padrão é copiado por quase todos os veículos que querem passar mais sofisticação sem gastar muito. Mas o novo interior valorizou o conteúdo do Punto. Agora, o dono pode escolher qual tipo de acabamento quer no painel, seguindo o conceito adotado pelo 500. O imenso rádio concentra não só as funções triviais como também o botão da trava central, desembaçador e pisca-alerta. Já o ar-condicionado está numa parte um tanto rústica do carro e pode ter uma versão digital – idêntica ao do Bravo.
Na parte dinâmica, a novidade mais interessante é o retrabalho do isolamento acústico, que deixou o Punto entre os mais silenciosos da categoria. Curiosamente, a versão anterior era uma das piores, fato que a montadora nunca fez questão de reconhecer, é claro.
Motor dispensável
Na linha 2013, que encampa a reestilização do Punto, foram mantidas as versões Attractive,EssenceSporting e T-Jet, mas agora o Essence só traz motor 1.6 (antes havia versões 1.8). Cada uma dessas versões ganhou um motor exclusivo: o Attractive mantém o 1.4, mas da versão Evo, o Essence tem a exclusividade do 1.6 E.torQ, o Sporting, do 1.8 E.torQ, e o T-Jet continua com 1.4 turbo importado.
Depois de avaliar as versões mais baratas, nossa conclusão é que a Fiat poderia ter equipado a Attractive com o mesmo 1.6 da Essence. Como a diferença de preços é pequena (R$ 38.570 contra R$ 41.750) e o cliente ainda recebe ar-condicionado, chave-canivete, faróis de neblina e retrovisores elétricos, levar o Attractive com 30 cv a menos é um mau negócio claramente.
O motor 1.4 Evo ofereceu uma curva de torque mais suave ao Punto e o bom escalonamento de marchas o deixaram agradável de dirigir, mas o conjunto do Essence é bem superior e mais adequado a enfrentar rivais como o New Fiesta e Sonic – ambos com motores 1.6 mais modernos.
A Fiat fez questão de valorizar alguns aspectos técnicos, talvez sem tanta importância no dia a dia. O primeiro deles é câmbio Dualogic Plus, introduzido no Bravo 2013, mas que de útil traz apenas um software que torna o recurso mais ágil. Também introduziu um modo de visualização do sensor do estacionamento, que projeta na pequena tela monocromática do painel as zonas de proximidade dos obstáculos. Já está na hora de a Fiat trocar essa tela de “calculadora” por um sistema de LCD.
A outra novidade está a bordo do Punto T-Jet, o “DNA”, um botão que oferece três modos de condução: dinâmico (D), normal (N) e autonomia (A) que alteram o mapeamento do motor do carro para dar respostas mais ou menos ágeis.
Por falar nela, a versão T-Jet é a que mais teve o visual alterado. Além das novidades já citadas, o esportivo ganhou um para-choque com entradas verticais que reforçam seu caráter, mas que não têm função alguma, apenas estética. Tanto ela como a Sporting – essa preocupada mais com o estilo agressivo – terão vendas marginais no mix da Fiat, que acredita poder ampliar em 20% os emplacamentos.
O Punto continua a ser um dos melhores – senão o melhor – Fiat em matéria de dirigibilidade. A melhoria do isolamento acústico é nítida, o acabamento é superior  – mas com algumas derrapadas – e o visual, se não tem a elegância do anterior, não passa despercebido nas ruas, o que hoje, com tantas novidades rodando por aí, é muita coisa.

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